segunda-feira, 9 de abril de 2012

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Ovinos da Raça Crioula



      UNIOVINOS



Raça Crioula: Tripla Aptidão







A rusticidade e as aptidões da raça crioula conquistaram os criadores. Este é um dos rebanhos que mais crescem no País. Os primeiros exemplares começaram a ser criados no Rio Grande do Sul e hoje é possível encontrar animais em vários Estados brasileiros. Quem investe na raça garante que as vantagens são inúmeras

Cristine Pires 
cristine@agleiloes.com.br
Os criadores renderam-se à ovelha crioula. A raça é uma das que mais crescem no País e a justificativa leva em conta as características dos animais, que se adaptam nas mais diversas condições de clima, solo e vegetação. A rusticidade faz com que os animais se sobressaiam quanto à resistência a doenças. Além do mercado da carne – que tem excelente procura por se tratar de carne magra–, a produção de lã e pele também representa bons negócios. O velo é utilizado para artesanato e tapeçaria industrial. A pele apresenta qualidade industrial superior no que diz respeito à resistência e suavidade. A cor da lã pode variar da branca à preta, incluindo tons intermediários.
A precocidade é outro diferencial da ovelha crioula, com puberdade precoce: as borregas aos sete e, os machos, a partir dos quatro meses, em condições naturais de criação, estão prontos para reprodução. A parição das fêmeas acontece duas vezes Cristine Pires cristine@agleiloes.com.br por ano e o número de cordeiros desmamados é alto, devido ao elevado vigor e habilidade materna. Este é, aliás, um dos quesitos mais ressaltados por quem investe na raça. As fêmeas cuidam de seus filhotes com dedicação, não deixando qualquer predador se aproximar da cria e reduzindo praticamente a zero o número de cordeiros guaxos (que são rejeitados pela mãe).
A Fazenda Harmonia, em São Martinho da Serra/RS, é prova desse comportamento. Em um rebanho de 500 matrizes, Rui Júnior Godinho nunca registrou o caso de uma fêmea desprezar o filhote. O criador, que se orgulha de ter o maior rebanho em território gaúcho, é um defensor da expansão da raça, que faz parte da história da família. Em 1903, os bisavós de Godinho registravam no livro-caixa da propriedade a primeira compra de ovinos crioulos. “Em 2003, comemoramos um século de ovelhas crioulas na propriedade”, conta ele.
Os negócios ganharam mais força com o registro oficial da raça junto ao Ministério da Agricultura, que aconteceu há apenas quatro anos. “As crioulas hoje são o sustento da fazenda”, diz Godinho, que também investe em ovelhas texel. Entre os benefícios, ele aponta o baixo custo de criação. Por se tratar de um animal rústico, normalmente são criados soltos a pasto, sem necessidade de suplementação alimentar. Nesse caso, os cordeiros ficam prontos para abate entre 120 e 180 dias, com uma média de 60 a 70 kg. A utilização de ração reduz este prazo para algo entre 90 e 120 dias.
Godinho (em pé) possui o maior rebanho de ovelhas crioulas do Rio Grande do Sul
O foco da produção de Godinho é a carne e a pele, mas a lã também tem destino certo: os artesãos. Cada ovelha produz cerca de 2,5 kg de lã por ano, o que ajuda a agregar renda na produção. A intenção de Godinho é inovar e aproveitar o bom momento da ovinocultura. O criador pretende lançar um selo próprio para carne em 2006, quando deverá apresentar também uma novidade no mercado: o hambúrguer de cordeiro.
COMEÇAM A SURGIR OS PRIMEIROS ANIMAIS POs
A raça começou a ganhar força há pouco tempo, com a regularização junto ao Ministério da Agricultura e a participação em feiras importantes, como a Expointer, que acontece em Esteio/RS, e a Coopavel, em Cascavel/ PR. O resultado é o surgimento dos primeiros animais POs (puro de origem) entre os pioneiros na criação da raça. “Estamos caminhando nesse sentido”, diz Luiz Christian Pötter, da Cabanha Paraísos de Navarra, em Viamão/ RS. Pötter, que faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Crioulos (ABCOC), diz que o País conta hoje com 28 rebanhos cadastrados, a grande maioria no Rio Grande do Sul, em função da origem da raça, além de forte representação em Santa Catarina e São Paulo.
A conquista de outras fronteiras já começou. O exemplo vem da própria Cabanha Paraísos de Navarra, que comercializou reprodutores com criadores do Acre, de Goiás, Mato Grosso e de São Paulo. A expectativa é que a exposição nacional da raça, que acontece de 3 a 6 de novembro, em São Francisco de Paula/RS, atraia compradores de todo o Brasil. Segundo Pötter, os ovinos crioulos vêm sendo cada vez mais destinados ao cruzamento industrial. Utilizandose, por exemplo, uma fêmea crioula e um macho ile de france, é possível aumentar a carcaça da crioula e aproveitar os dotes da mãe para cuidar da cria.
De acordo com a classificação internacional, o rebanho de ovelha crioula é considerado como população rara, pois conserva traços dos ovinos primitivos que lhe deram origem. Graças à essa expansão, esses animais deixaram de estar ameaçados de extinção. A Embrapa é uma das grandes responsáveis por esse avanço. A Embrapa Pecuária Sul (Bagé/RS) começou, em 1982, a acompanhar aspectos como conservação e avaliação da raça, que sofria o risco de desaparecer com a ameaça de extinção do último grupo de exemplares. O trabalho não parou por aí. Em 2004, a raça passou a ser preservada por meio de um banco de germoplasma, desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília/DF), que reúne material genético (sêmen e embriões congelados) de animais com características semelhantes para que sejam multiplicados de forma controlada. Também são desenvolvidos estudos das características morfológicas, produtivas, reprodutivas e comportamentais da raça. Os pesquisadores também fazem a caracterização genética dos ovinos crioulos com objetivo de conseguir maior variabilidade genética, impedindo o cruzamento entre parentes. De acordo com os pesquisadores, a raça traz benefícios para muitos produtores, especialmente os de base familiar, em função da aptidão tanto para carne, pele e lã.
Pötter (primeiro,à direita) mostra-se satisfeito com o surgimento dos primeiros animais POs
COMEÇANDO A CRIAÇÃO DO REBANHO 
Foram características como essas que chamaram a atenção do casal Gustavo e Francine Pergher, que tem uma pequena propriedade em Gravataí/RS. Criadores de cavalos quarto-de-milha e paint horse, eles viram na criação de ovelhas crioulas a forma de viabilizar a criação de eqüinos. “O retorno é muito mais rápido e o mercado está em franca expansão”, afirma o criador.
O primeiro contato dos Pergher com as ovelhas crioulas foi durante a Expointer de 2004. Impressionados com as características dos animais, decidiram investir. Trouxeram da feira um carneiro e uma fêmea e, logo em seguida, tiveram uma cria no campo. Um ano depois, 20 animais recebem os cuidados diários da dupla, que pretende apostar na genética para oferecer matrizes e reprodutores de qualidade para todo o Brasil.
Os objetivos estão sendo alcançados. Em apenas um ano de atividade, os Pergher conquistaram dois títulos importantes na Expointer 2005: Campeã Borrega e Reservado de Campeão Borrego. O macho já foi vendido lá mesmo, durante leilão da raça, e seguiu rumo ao Paraná. “Foi uma grata surpresa”, comemora Pergher.
A idéia é ter os primeiros animais POs em 2007. Todos os cuidados são adotados para ter os melhores exemplares, a começar pela alimentação. Os animais são criados somente a campo, em pastos de azevém, aveia e campo nativo. “Apenas quando vamos prepará-los para exposições é que usamos suplementação”, conta Francine, que também é médica veterinária. Entre as vantagens da raça, aponta ela, estão a resistência à verminose, uma das doenças que mais preocupam os criadores de ovinos, e também à podridão do casco, que acontece especialmente em animais que ficam em terrenos úmidos. Em um ano de atividade, os Pergher não registraram qualquer tipo de doença no rebanho.
Gustavo e Francine Pergher conheceram a raça na Expointer 2004 e decidiram investir na criação




A origem da raça
A ovelha crioula é considerada uma raça local, com origem dos rebanhos introduzidos pelos jesuítas no Rio Grande do Sul, durante o século XVII, e do cruzamento com outras raças importadas a partir da colonização portuguesa. Estudos conduzidos na Embrapa Pecuária Sul revelam parentesco desses ovinos com a raça hispânica lacha, além de romney marsh e corriedale. Assim, a ascendência da ovelha crioula teria como antecessor mais remoto urial ou carneiro selvagem do Sudoeste Asiático, que originou um ovino primitivo, que se estendeu pela Europa e Oriente Médio, dando origem ao ancestral direto da raça lacha.
A ovelha crioula está classificada como raça rara e conserva traços dos ovinos primitivos que lhe deram origem. Em 1982, começou a ser preservada pela Embrapa Pecuária Sul. Foram identificadas quatro variedades dessa raça: Fronteira, localizada ao sul do Rio Grande do Sul; Serrana ou Crioula Preta, no nordeste gaúcho e planalto catarinense; Crioula Zebura ou Ovelha de Presépio, ao sul do Paraná; e Crioula Comum ou Ovelha Ordinária, localizada acima do Paraná. Atualmente, todas as espécies podem também ser encontradas nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Goiás, São Paulo e Minas Gerais.
Fonte: Acro

AG - A Revista do Criador





Crioula Gaúcha                    


O nome “crioulo” é pejorativo e indica, cientificamente, que se trata de um animal que passou por uma seleção zoológica (diferente da seleção zootécnica), tendo como objetivo adaptar-se e sobreviver em novas condições, seja gélida ou tórrida. O crioulo, então, é um vencedor diante do meio-ambiente. Existem crioulos específicos para cada tipo de clima, no mundo. Assim, o crioulo nordestino nada tem a ver com o crioulo gaúcho e, muito menos, com o crioulo argentino, mexicano, espanhol, ou siberiano. Normalmente, o crioulo (de qualquer país) é um animal grosseiro, primitivo, pouco lucrativo e, principalmente, pouco estudado.

Os estudiosos dão o nome de crioulos para os animais que ainda não estão segregados como raça formal, ou quando não têm expressão quantitativa. Quando as raças crioulas organizam-se, surgem outras denominações para cada grupo e a expressão “crioula” desaparece. É o que se verifica em países da Europa, dos Estados Unidos, da Austrália ou Nova Zelândia! Lá não existem mais animais crioulos, pois todos já são raças consolidadas. E nenhuma dessas raças mantém a palavra “crioulo”.


Origem – Diz Clara Silveira Luiz Vaz, da Embrapa Pecuária Sul, que os ovinos do extremo sul brasileiro (crioulos) tiveram origem nos rebanhos trazidos pelos jesuítas, no século XVII, e do cruzamento com outras raças importadas a partir da colonização portuguesa. O rebanho original sofreu, também, influência ambiental resultando em agrupamentos de animais com características semelhantes, que se mantiveram limitados pela topografia ou pela ação humana. A cobertura lanar sugere o Churro e a Lacha como principais influenciadores. O primeiro é caracterizado por mechas semilongas, com fibras de grossura moderada e pouco onduladas (observadas nos tipos Inderal e Zebu ). O segundo, por mechas longas, com fibras grossas e lisas como as apresentadas pelos tipos Fronteira e Serrana . De fato, análise molecular indica similaridade genética entre o tipo Fronteira e a raça Lacha .

Assim, a ascendência da Ovelha Crioula tem garantida a ascendência do Ovis aries pirenaicus , ancestral direto da raça Lacha (também chamada de Vascongadas ou Navarra , na Espanha). A Lacha vem do grupamento Churro , mas apresenta lã comprida e face e membros coloridos (Mason, 1996). É comum na região basca, sendo ali conhecida pelo nome comum de ovelha basca. A Lacha pode apresentar a cara negra (geralmente cornuda) ou vermelha (geralmente mocha), sendo estas duas variedades denominadas Manech , na França.

A raça Crioula Gaúcha apresenta, usualmente, animais com quatro chifres e isto é também uma pista para determinar sua origem, uma vez que a característica “quatro-chifres” é tida como em extinção. De fato, no Congresso Mundial de Preservação das Raças em Extinção, foi dito que apenas um único criador conseguiu manter a raça Manx Loaghtan , da Ilha de Man, de cor castanha queimada ou branca, de quatro ou mais chifres, na virada do milênio (2000).

Os poucos animais Manx Loaghtan têm origem em raças da Grã-Bretanha, principalmente a Cara-Negra Escocesa (Scottish Blackface) , selecionada para carne e lã grosseira, que tem origem nas raças de face negra das montanhas, cuja Associação foi fundada em 1890. Também chamada de Cara-Negra (Blackfaced), Cara-Negra das Terras Altas (Blackfaced Highland), Kerry (Irlanda) ou Linton . Tem Associações nos Estados Unidos desde 1907, bem como na Argentina desde 1925. A Argentina é vizinha e “modelo” de pecuária ovina para o sul do Brasil.

Uma variação da Cara-Negra Escocesa é a Boreray (de St. Kilda, na Escócia), de cor branca ou cinza, mantendo a cabeça e membros negros. Foi originada pelo cruzamento da Cara-Negra Escocesa com a Hebrídea de Cara Escura (Hebridean Tanface) , de lã curta, tida como animal selvagem desde 1930.

A escocesa Hebrídea , também chamada de Kilda - de cauda curta, coloração negra ou marrom escura, apresentando usualmente quatro chifres - deu origem à famosa raça Jacob , na Grã-Bretanha, que tem Associação desde 1969 na Inglaterra e 1988 nos Estados Unidos e que também é famosa pelos quatro chifres. O Registro Genealógico começou em 1985 nos Estados Unidos e em 1988 no Canadá. É, também, criada na península ibérica, constando do catálogo oficial da Espanha. Uma variação da Hebridea é a que apresenta ocasionalmente a face marrom ou cinza, e lã mais fina, denominada de Cara-Negra da Ilha (Island Blackface) .

Assim, estas raças encontram-se na Argentina e no Uruguai, podendo facilmente ter chegado à fronteira gaúcha brasileira. Seria interessante fazer um exame de DNA, levando estas raças britânicas em conta.



No Brasil - As raças de lã colorida grosseira, apresentando normalmente quatro chifres, estão nos países vizinhos (Argentina e Uruguai) há longo tempo. Animais podem passar pelas fronteiras todos os anos, sendo cruzados no Brasil com descendentes da raça espanhola Lacha . Os produtos recebem o nome de Crioula , ou de “ Fronteira ”, justamente por estarem na fronteira dos três países.

Estudos da Embrapa Pecuária Sul utilizando amostras de sangue, revelam parentesco desses ovinos, com a raça ibérica Lacha , além de Romney Marsh e Corriedale - o que traduz a história da pecuária estadual visando o melhoramento do rebanho ovino para a produção de lã industrial. Não foi pesquisada, no entanto, a ascendência britânica, embora existam muitos criadores na Argentina e no Uruguai.

Atualmente, a Crioula Gaúcha , ou Fronteira , continua sobrevivendo nas divisas do Rio Grande do Sul com o Uruguai e com a Argentina, nos municípios de Bagé, Pinheiro Machado e Caçapava do Sul, apesar do advento de outras raças para produção de lã fina.

Em 1982, começou a ser preservada pela Embrapa Pecuária Sul, em Bagé, RS, devido à solicitação de criadores que relatavam a existência antiga de ovinos crioulos, de lã grossa e mechas em ponta. Foram adquiridos 36 fêmeas e 3 machos, provenientes da fronteira gaúcha com o Uruguai e Argentina. Os animais foram sorteados em três linhas fechadas de acasalamento (abertas para inclusão de novas fêmeas) e multiplicadas por monta natural controlada, durante 42 dias, usando carneiros filhos de grupo diferente ou adquiridos.

Em 1993 foi criado o Banco de Germoplasma da raça Ovina Crioula e, já em 1995, as linhagens foram abertas para aumentar a variabilidade genética, sendo reagrupadas em seis novas linhagens maternas, fechadas para acasalamentos entre meio-irmãos. Este Banco mistura a Crioula Gaúcha , a Serrana , a Inderal, a Zebu e a Cocorobó – todas como sendo da raça Crioula Lanada . Neste livro, prefere-se advogar a independência para cada tipo.



Lã colorida - O ovino Crioulo apresenta características próprias, como lã de cores naturais diferentes como preta, castanha, cinza, bege, ocre (argila ferrosa) e aguti (cinza-bronze). Estas lãs possuem grande e crescente mercado junto do artesanato de tapetes, mantas, ponchos, colchões e enxergões, entre outros. Existe até a Associação Internacional dos Produtores de Lã Naturalmente Colorida. Nações européias, em especial a Itália, e países do Oriente Médio são os grandes compradores. Os uruguaios vendem o fio artesanal de lã naturalmente colorida à Itália por US$ 18 a US$ 23 o quilo, enquanto que no mercado interno gaúcho brasileiro a cotação oscila entre US$ 10 a US$ 14 o quilo. O Brasil logo estará seguindo o exemplo de países como Uruguai, Austrália, Grã-Bretanha, México, Espanha e Portugal, Estados Unidos, etc., que têm aumentado suas exportações de lãs naturalmente coloridas e de seus produtos derivados (ver exemplo da raça Navajo-Churra, na Raça Inderal) .



Registro Genealógico – Em 2001, o grupamento formado pelos tipos Fronteira, Serrana, Inderal, Zebu e Cocorobó foi admitido como raça pelo Ministério da Agricultura, depois de dois anos de pesquisas, somando 1.832 animais de diferentes criatórios parceiros da Embrapa Pecuária Sul - num esforço inolvidável da pesquisadora Clara Vaz. Também foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Crioulos (ABCOC). Depois desse reconhecimento ficou mais fácil postular o reconhecimento de cada uma das raças, a saber: Crioula Gaúcha, Serrana, Inderal, Zebu e Cocorobó , independentemente.



Criança Criando Crioula – Este é um programa idealizado por Clara Vaz, para atrair a criançada para a raça. São levados alguns cordeirinhos para locais públicos e as crianças conversam sobre tecelagem e desenham o que estão vendo, tocam, puxam, cheiram, acariciam o animal. Recortam e colam gravuras de ovelhas e montam painéis explicativos. Elas pegam o cordeirinho no colo, dão leite em mamadeiras e contam histórias sobre os animaizinhos. Através da lã fiada, realizam tramas em lãs naturalmente tingidas, como também aprendem a fazer ponto-cruz usando esta lã. Quando a aula termina, as crianças sabem tudo sobre a origem e as vantagens da Crioula Gaúcha .



Situação - O rebanho estimado em mestiçagem é de 16.490 cabeças. Calcula-se que existam cerca de 3.000 cabeças classificáveis como “puras de origem” (PO), as quais são aptas para receberem um Certificado de Fundação - incluindo todos os animais já registrados. Depois de reunidos 300 animais com Certificado de Fundação, poderá ser homologado um Livro de Registro Genealógico, com alguns dados de desempenho funcional. A situação do rebanho é estável.


Padrão da Raça Crioula Gaúcha

Aspecto geral - Tamanho pequeno a médio, embora sejam animais altivos, com acentuado comportamento gregário e aguçado instinto de defesa, porém de fácil manejo. A cara e as extremidades são descobertas. O velo é formado por mechas de aspecto cônico, de coloração que pode variar do branco ao preto, incluindo tons intermediários. O velo se abre na linha dorso-lombar, caindo lateralmente ao corpo, como uma capa, o que contrasta com a escassa cobertura ventral.

Aptidões - Lã para artesanato e tapeçaria industrial (carpet wool). Carne magra, com maciez e sabor diferenciados. Pele de qualidade industrial superior, no que tange à resistência e suavidade. Dada a variedade natural de cores e acentuado comprimento de mecha, os pelegos têm demanda popular. Apresenta puberdade precoce: as borregas aos sete e, os machos, a partir dos quatro meses, em condições naturais de criação. Geralmente, o número de cordeiros desmamados é alto, devido ao elevado vigor destes e habilidade materna. Destaca-se ainda pela longevidade.

Cabeça – Longa e fina. Perfil reto ou semiconvexo. Espaço interfossas nasais, lábios e conjuntivas parcial ou totalmente pigmentados. Nos machos frequentemente se observa um acúmulo de gordura na nuca. Orelhas pequenas e inseridas horizontalmente. O macho, quando aspado, apresenta um par de chifres, que se abre para fora, voltando para a frente. A existência de quatro chifres é considerada normal, podendo chegar a oito. As fêmeas em geral possuem dois, quatro ou nenhum chifre. Nas fêmeas, os chifres são relativamente menores. Os chifres podem ser pigmentados ou não, rugosos ou lisos. Olhos vivos, às vezes com a pálpebra superior partida. Os animais mochos tendem a apresentar trunfa, formada por mechas longas que cobrem os olhos e o chanfro. A face é coberta por pêlos lustrosos, de variada coloração.

Pescoço - Delgado, cilíndrico, inserido em posição baixa em relação às cruzes, mantendo a cabeça elevada em relação à linha de lombo.

Tronco - Peito estreito e deprimido; corpo mais desenvolvido na parte posterior e estreito na região das paletas. Garupa curta, com pouca inclinação e geralmente angulosa. Cauda delgada, permitindo a palpação das vértebras, mesmo quando gorda.

Membros - Bem aprumados, delgados, porém fortes, cascos escuros ou claros. Os posteriores podem ser algo fechados e cobertos por lanilha até a quartela.

Úbere - Bem desenvolvido, admitindo-se tetas suplementares.

Velo - Pode ser formado por dois tipos de fibra: a) um tipo constituído por mechas cônicas e longas, com pouca densidade e diâmetro muito variável, lisas ou discretamente onduladas; b) junto da pele pode ocorrer uma camada de lã, composta de fibras mais finas e curtas, com muitas ondulações irregulares, também denominada lanilha. O toque varia de áspero a moderadamente suave, sendo pobre em suarda e leve (1,2 a 2,5 kg) - sendo mais empregado como pelego. Lã de aspecto primitivo. Peso: 2,46 kg. Mechas: 42,3 cm. Velo em várias cores.

Pelagem - A cor pode variar do branco ao preto, incluindo diversos tons intermediários, como amarelo, cinza, marrom, ocre e grisalho, e todas combinações possíveis. Pode apresentar manchas, com faixas ou com bandas diferentes na mecha (aguti). Existe uma variedade enorme de tons dos pêlos que revestem os membros, desde uma coloração uniforme (branca, preta, castanha ou ocre), até manchas e pintas diversas, sendo comum nos animais de tons escuros uma cinta branca em um ou mais membros. Naturalmente colorida, com tons que variam do branco (1,32 % da população) ao preto (4,98 %) e variações: cinza (35,58 %); grisalho (26,65 %); branco mesclado de fibras ou mechas pretas, marrons, amarelas e cinzas (24,16 %); preto mesclado de fibras brancas (5,71 %) e marrom, mesclado de fibras brancas (1,61 %). Alguns velos apresentam fibras com dois ou mais tons, alternando-se claro e escuro, ou vice-versa, proporcionando listras transversais na mecha. Comprimento médio de mecha: 42,3 cm;

Defeitos específicos : Perfil ultraconvexo, cauda larga, excesso de cobertura de lã na face e nos membros dianteiros. A pouca uniformidade acentuada de finura da lã entre as diferentes partes do corpo é caráter eliminatório.

Altura – Fêmeas: 60-65 cm. Machos:65-80 cm.

Peso - Fêmeas: 34-48 kg. Machos: 50-70 kg.




          
La Coronilla